quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Semana inspirada!

É, acho que passar o sábado inteiro morgando tem seus efeitos mesmo! Hoje já é terça e a inspiração está a mil... O dia de ontem, assim como o de hoje, foi muito produtivo! Bem, é claro que as coisas ficaram bem mais fáceis agora que os meus dois "anjinhos" mais velhos voltaram pra escola, claro.

Eu sei que o Spencer me deixa louca às vezes, mas é bem mais fácil lidar com ele quando os irmãos não estão por perto, com certeza. A gente sai, faz compras, se diverte. Só a boquinha dele que não pára nunca, eita menino tagarela! Passo o dia dizendo: "yes, Spencer" e respondendo as perguntas mais inusitadas do mundo.

Mas enfim, os dias estão sendo muito produtivos ultimamente. Estou estudando bastante. Se bem que a questão dos cursos esse ano ficou mais complicada. O negócio é que há duas universidades muito boas por aqui. Mas aqui nos Estados Unidos, as universidades, além de serem todas pagas, claro, têm preços diferentes pra quem mora no County (um tipo de região de algumas cidades, a geografia aqui é toda confusa) há mais de 6 meses e é considerado "residente". Pois é, o não-residente acaba tendo que pagar aproximadamente o DOBRO do preço do residente, o que é um absurdo. Bem, eu já sabia disso. Mas a questão é que no ano passado, a minha coordenadora de Jersey me deu uma cartinha atestando que eu era aupair e requisitando que eu pagasse o preço de residente. Por isso consegui fazer os dois cursos que fiz. Agora a coordenadora daqui não é tão esperta, digamos assim, e não ajuda em nada. Perguntei várias vezes pra ela como sobre a situação e a resposta sempre foi: "ah, faz a inscrição pela internet que ninguém te pergunta nada...". Mas não dá pra fazer inscrição pela internet!!! Bem, resumindo, a Flávia, uma das meninas aqui foi lá fazer inscrição e acabou tendo que pagar cerca de US$1.200,00 por 3 (pasmem, só 3!) crédito. Pra quem não se lembra, precisamos completar 6 créditos e a família só paga US$ 500,00 de bolsa. A questão é que se encontra aulas de inglês aqui por bem menos, mas eu quero fazer outros tipos de curso... e consegui, no ano passado.

Eu injuriei e não fui atrás mesmo. Não ia pagar isso com certeza. Fui deixando pra depois pra investigar, e agora as aulas já começaram. Bem, agora vou ter que achar outra coisa pra fazer. Estava procurando escolas de francês e achei a Aliança Francesa em NYC. Acho que é pra lá que eu vou mesmo. Enquanto isso vou estudando aqui pra conseguir entrar em um nível bom.

Bjobjo

PS: Liny, eu li o blog da Mari no dia que postei, e tava normal! Só fui ver que tava fora do ar quando li seu comment. Deixei um scrap pra ela. Espero que esteja tudo certo, também fiquei preocupada...

domingo, 13 de setembro de 2009

É sempre bom ser lembrada de coisas importantes...

Hoje eu tive mais um dos meus dias ridículamente preguiçosos nos quais eu acordo alguma hora depois do meio dia, não saio do meu quarto o dia inteiro, fico assistindo tv e na internet, e só saio de casa pra buscar alguma comida bem gordurosa e calórica, preferencialmente fast food. Tenho alguns dias desses por mês. Cheguei à conclusão que preciso deles, e cansei de lutar contra, resolvi me render.

O bom é que cada um deles acaba sendo bom de alguma maneira, no final das contas. Sempre me inspiro e acabo arrumando meu quarto, ou levantando de super bom humor no dia seguinte ou, como hoje, me inspirando pra escrever no meu empoeirado blog. E vou explicar porque.

Procurando algo pra me distrair, entrei no blog da Mari, uma aupair que veio pra cá há algumas semanas e que tinha achado meu blog e deixado uma mensagem muito simpática pra mim no orkut. Não tinha entrado no blog dela até hoje, não por não querer, mas sim por ser uma pessoa que precisa de inspiração pra fazer as coisas. Normalmente passo madrugadas lendo blogs inteiros, é assim que eu funciono.

Bem, resolvi ler o blog dela. Em primeiro lugar, vi que ela é uma pessoa muito legal e que escreve muito bem! E depois porque é muito bom ser lembrada de épocas diferentes da sua vida, principalmente pra se poder dar valor ao que você tem hoje em dia. Lendo o blog, eu me deparei com descrições de ansiedades pré-embarque, pré-visto, expectativas, narrativas do treinamento, das novas amizades, das primeiras impressões da família. Foi muito bom relembrar esses momentos, quantas concepções erradas eu tinha de como minha vida seria aqui. Mas também de como foi bom, o novo, o inesperado, o começo da minha vida de aupair. Isso já faz 1 ano e meio, mas nem parece as vezes...

Mas também foi doloroso. Se vocês visitarem o blog da Mari ("Meu ano de aupair nos Estados Unidos"), poderão ler sobre a díficil situação pela qual ela está passando, e que eu não desejo pra nenhuma aupair: rematch. Passar por um rematch é algo que eu nunca imaginei que fosse acontecer comigo. Era o típico pensamento clichê de: que pena que tem gente que faz rematch, mas se não é comigo, não tem importância. E normalmente é assim, é o tipo de coisa pela qual você tem que passar pra entender.

A sensação é difícil de descrever. Você está na casa de estranhos (sim, porque eles não passam de pessoas estranhas, não importa se você pedir rematch com 1 semana ou com 2 meses), e estranhos que não gostam de você. Eu, por exemplo, não tinha pra onde ir. Minha coordenadora de área adorava a família (é sempre assim...) e tive que trabalhar lá por mais uma semana, com o pai (com o qual eu tinha brigado) em casa o dia inteiro, e ouvindo sobre como eles estavam felizes por terem tido várias respostas pro anúncio de nanny. Foi horrível. Sem carro, sem amigos, sem perspectiva que incluía um período de tempo maior do que algumas horas. Eu não sabia se ia pra casa, se acharia outra família, se seria expulsa da casa a qualquer momento.

Bem, relembrar esses momentos não é uma sensação boa, acho que nunca vai ser. Toda vez que imagino o rosto daquele homem, me dá calafrios. Hoje penso, que deveria ter provocado ele um pouco, pra ver se ele me batia. Ele ficou a centímetros da mina cara, se ele tivesse encostado um dedo em mim, eu estaria rica!! haha

Mas brincadeiras a parte, é um momento da minha vida que dói lembrar. Mas do qual eu preciso lembrar de vez em quando. Quando vim pra família que estou agora, lembro que as minhas expectativas eram mínimas, quase zero. Qualquer coisa pra mim estava bom. Nem perguntei se ia ter carro só pra mim, banheiro, nem ligava. Só queria sair de lá, ir pra uma família boa, que não fizesse eu me sentir como se tivesse que pedir permissão para respirar.

E a verdade é que eu dei sorte, muita sorte. A família atual é ótima, me trata muito bem, e é desencanada. A briga com o host na outra família começou com uma discussão de como eu deveria guardar a comida na geladeira, coisa que jamais aconteceria. Eles aqui não implicam com pouca coisa, eles simplesmente vivem a vida deles de boa.

Eu sei que não sou uma pessoa fácil de se conviver. Sou chata, bipolar, mal-humorada de manhã, e tenho inúmeras manias e chiliques inexplicáveis. Mas eu tenho consciência de quando estou exagerando, e tento ao máximo cortar as minhas manias quando eu sei que estão incomodando as pessoas. Mas viver pisando em ovos é tortura.

Enfim, desviei totalmente do meu objetivo, mas o fato é que é importante se lembrar de momentos difíceis em nossas vidas, pra não esquecermos de dar valor ao que temos. Reclamar é fácil. E quem me conhece sabe que eu faço muuuuuito isso. Mas às vezes precisamos parar pra pensar nas coisas boas que temos ao nosso redor. E APROVEITÁ-LAS!

À Mari, toda a sorte do mundo! Que você encontre uma família boa e que te aceite como você é. Te garanto que ela existe.
Aos demais, vamos ser otimistas hoje? Só mais um dia?

Bjobjo