domingo, 13 de setembro de 2009

É sempre bom ser lembrada de coisas importantes...

Hoje eu tive mais um dos meus dias ridículamente preguiçosos nos quais eu acordo alguma hora depois do meio dia, não saio do meu quarto o dia inteiro, fico assistindo tv e na internet, e só saio de casa pra buscar alguma comida bem gordurosa e calórica, preferencialmente fast food. Tenho alguns dias desses por mês. Cheguei à conclusão que preciso deles, e cansei de lutar contra, resolvi me render.

O bom é que cada um deles acaba sendo bom de alguma maneira, no final das contas. Sempre me inspiro e acabo arrumando meu quarto, ou levantando de super bom humor no dia seguinte ou, como hoje, me inspirando pra escrever no meu empoeirado blog. E vou explicar porque.

Procurando algo pra me distrair, entrei no blog da Mari, uma aupair que veio pra cá há algumas semanas e que tinha achado meu blog e deixado uma mensagem muito simpática pra mim no orkut. Não tinha entrado no blog dela até hoje, não por não querer, mas sim por ser uma pessoa que precisa de inspiração pra fazer as coisas. Normalmente passo madrugadas lendo blogs inteiros, é assim que eu funciono.

Bem, resolvi ler o blog dela. Em primeiro lugar, vi que ela é uma pessoa muito legal e que escreve muito bem! E depois porque é muito bom ser lembrada de épocas diferentes da sua vida, principalmente pra se poder dar valor ao que você tem hoje em dia. Lendo o blog, eu me deparei com descrições de ansiedades pré-embarque, pré-visto, expectativas, narrativas do treinamento, das novas amizades, das primeiras impressões da família. Foi muito bom relembrar esses momentos, quantas concepções erradas eu tinha de como minha vida seria aqui. Mas também de como foi bom, o novo, o inesperado, o começo da minha vida de aupair. Isso já faz 1 ano e meio, mas nem parece as vezes...

Mas também foi doloroso. Se vocês visitarem o blog da Mari ("Meu ano de aupair nos Estados Unidos"), poderão ler sobre a díficil situação pela qual ela está passando, e que eu não desejo pra nenhuma aupair: rematch. Passar por um rematch é algo que eu nunca imaginei que fosse acontecer comigo. Era o típico pensamento clichê de: que pena que tem gente que faz rematch, mas se não é comigo, não tem importância. E normalmente é assim, é o tipo de coisa pela qual você tem que passar pra entender.

A sensação é difícil de descrever. Você está na casa de estranhos (sim, porque eles não passam de pessoas estranhas, não importa se você pedir rematch com 1 semana ou com 2 meses), e estranhos que não gostam de você. Eu, por exemplo, não tinha pra onde ir. Minha coordenadora de área adorava a família (é sempre assim...) e tive que trabalhar lá por mais uma semana, com o pai (com o qual eu tinha brigado) em casa o dia inteiro, e ouvindo sobre como eles estavam felizes por terem tido várias respostas pro anúncio de nanny. Foi horrível. Sem carro, sem amigos, sem perspectiva que incluía um período de tempo maior do que algumas horas. Eu não sabia se ia pra casa, se acharia outra família, se seria expulsa da casa a qualquer momento.

Bem, relembrar esses momentos não é uma sensação boa, acho que nunca vai ser. Toda vez que imagino o rosto daquele homem, me dá calafrios. Hoje penso, que deveria ter provocado ele um pouco, pra ver se ele me batia. Ele ficou a centímetros da mina cara, se ele tivesse encostado um dedo em mim, eu estaria rica!! haha

Mas brincadeiras a parte, é um momento da minha vida que dói lembrar. Mas do qual eu preciso lembrar de vez em quando. Quando vim pra família que estou agora, lembro que as minhas expectativas eram mínimas, quase zero. Qualquer coisa pra mim estava bom. Nem perguntei se ia ter carro só pra mim, banheiro, nem ligava. Só queria sair de lá, ir pra uma família boa, que não fizesse eu me sentir como se tivesse que pedir permissão para respirar.

E a verdade é que eu dei sorte, muita sorte. A família atual é ótima, me trata muito bem, e é desencanada. A briga com o host na outra família começou com uma discussão de como eu deveria guardar a comida na geladeira, coisa que jamais aconteceria. Eles aqui não implicam com pouca coisa, eles simplesmente vivem a vida deles de boa.

Eu sei que não sou uma pessoa fácil de se conviver. Sou chata, bipolar, mal-humorada de manhã, e tenho inúmeras manias e chiliques inexplicáveis. Mas eu tenho consciência de quando estou exagerando, e tento ao máximo cortar as minhas manias quando eu sei que estão incomodando as pessoas. Mas viver pisando em ovos é tortura.

Enfim, desviei totalmente do meu objetivo, mas o fato é que é importante se lembrar de momentos difíceis em nossas vidas, pra não esquecermos de dar valor ao que temos. Reclamar é fácil. E quem me conhece sabe que eu faço muuuuuito isso. Mas às vezes precisamos parar pra pensar nas coisas boas que temos ao nosso redor. E APROVEITÁ-LAS!

À Mari, toda a sorte do mundo! Que você encontre uma família boa e que te aceite como você é. Te garanto que ela existe.
Aos demais, vamos ser otimistas hoje? Só mais um dia?

Bjobjo

4 comentários:

Liny disse...

Oi!!!
Nossa,que bom que achei seu blog (voltarei depois pra le-lo inteiro, tbm tenho o costume d fazer isso nas madrugadas).
Mas no momento to escrevendo pelo seguinte....eu acompanhava o blog da Mari...e de repente, eis q ele esta fora do ar...vc q ta ai tem algum email dela, ou noticias? fiquei realmente preocupada =/
Grande Beijo

Su Muniz disse...

Muito bom!
Voce quase nunca posta ,mas quando posta arrasa!!! heheh

ja to com saudades =/.
e vamos aproveitar as coisas boas da vida!

Anônimo disse...

amiga, quanto tempo sem notícias! nem minhas nem suas. só queria te dizer que eu estou bem. fiz um rematch sim, e a segunda família foi pior que a primeira. eles me amavam e isso me deixava pior ainda porque eu odiava eles por milhões de motivos q nem vale a pena mencionar agora. acabei voltando pro brasil 2 meses depois de chegar nos eua. mas to otima, trabalhando na minha área numa ilha maravilhosa na bahia e curtindo o verao no brasil depois de umas feriazinhas no caribe. obrigada pela força, pelos pensamentos positivos, pelo post. ja li mil vezes e sempre leio de novo. me passa seu facebook pra gente nao perder o contato. beijos, se cuida! mari do blog :)

Geeh Rodrigues disse...

uau, amei o seu jeito de escrever, acho que postar em blog é um doom , por que expressar o que realmente sentimos através da escrita é pra poucos .


parabés .

bjos